Daniel Teixeira, piloto natural de Murça e filho do consagrado Joaquim Teixeira, esteve à conversa com com o Telmo Augusto (responsável pela secção “Motores” do Desportivo Transmontano).
Daniel. faz-nos um resumo da tua carreira desportiva?
Daniel Teixeira (DT): A minha estreia aconteceu na Rampa Porca de Murça, em 2014, e desde essa prova tenho-me mantido em atividade até aos dias de hoje.
Nos primeiros anos fazendo algumas provas pontuais, quer de Montanha quer de velocidade, sendo que a partir de 2018 a Velocidade passou a ser o foco principal, tendo já conquistado 2 títulos nacionais e 1 internacional.
Em 2019 chegar ao titulo nacional foi um sonho concretizado?
DT: A conquista de um titulo é sempre marcante para qualquer piloto, mas não diria que sim, uma vez que o primeiro titulo nacional tinha já sido alcançado no ano anterior, na Supercars Sprint Series – turismos.
Para mim, 2019 ficou marcado pela conquista do primeiro titulo internacional, no TCR Ibérico DSG, e ainda pelo primeiro pódio à geral numa competição internacional.
O que estava pensado para 2020 e o que ainda vais concretizar?
DT: Para 2020 estava prevista nova participação no TCR Ibérico, e ainda no Open Portugal de Velocidade.
Até ao momento estive presente nas 2 rondas do Open Portugal de Velocidade, que tiveram lugar em Portimão e Braga, mas devido à situação atual é ainda uma incógnita se estarei presente em mais algum evento, até ao final do ano.

As provas de velocidade são as tuas preferidas?
DT: Sim, pelo facto de haver luta direta em pista, “roda com roda”, pessoalmente é mais aliciante do que a luta contra o cronometro.
Está previsto para o futuro participações em outras modalidades? Rampas, Rally ou outras?
DT: Não está previsto, no entanto gostaria muito de experimentar os ralis, e tenho naturalmente uma ligação muito especial à montanha, pelo que não excluo qualquer dessas possibilidade, caso a oportunidade apareça.
Onde gostavas de chegar, no desporto automóvel?
DT: Mais do que alcançar um titulo ou competição especifica, gostaria acima de tudo de reunir condições para competir de forma sustentada e mais frequente, participando na totalidade das provas dos campeonatos, nos quais esteja envolvido.
Falando em termos de resultados, ambiciono sempre vencer todas as provas e/ou competições nas quais participo, e olhando a longo prazo, se conseguir alcançar uma pequena parte do que o meu pai já alcançou, ao longo da sua carreira, ficarei muito satisfeito.
Como nasceu o gosto pelo desporto automóvel?
DT: A minha família sempre gostou de desporto automóvel, pelo que desde sempre me lembro de ir assistir a provas.
Mas tarde, a partir do momento em que o meu pai começou a correr, o gosto e vontade de participar começo a crescer ainda mais.

Correr no carro do teu pai é uma preocupação acrescida?
DT: É uma preocupação sim, na medida em que, tenho sempre o receio de estragar alguma coisa no carro que invalide a participação dele na prova seguinte do CNM, dado que por vezes as provas tem apenas alguns dias de distancia. Para além disso, a preocupação com os custos associados a uma qualquer reparação, são também um fator muito limitativo da minha performance em pista.
Qual foi, até agora, o teu adversário mais difícil?
DT: Felizmente já tive o privilegio de competir contra alguns dos melhores pilotos nacionais, sendo que de momento o Francisco Mora tem sido o adversário mais difícil de bater, mas acredito que virá a acontecer.
Quem é o teu ídolo?
DT: Por razões diferente, Colin McRae e Ayrton Senna.
O teu pai adquiriu uma viatura nova para 2020, embora parecidos por fora, as diferenças são muitas?
DT: São algumas e bastante relevantes, sobretudo em termos de tração e relações de caixa.
Pelo que, ainda estou a descobrir o carro e a melhor forma de tirar o máximo partido do mesmo, algo que só será possível fazendo kms. A MartinsSpeed tem feito um trabalho notável, em todo este processo de adaptação.
Saudades do Mazda Mx5 do Nuno Guimarães? Qual preferes, o Mazda, o Megane V6 ou o Cupra TCR?
DT: O Mazda é um carro muito divertido de conduzir, com o qual consegui bons resultados e que me deixou saudades, naturalmente.
No contexto atual prefiro o Cupra, pelo facto de me permitir competir contra outros TCRs, que são carros semelhantes, sendo isso o que mais valorizo na competição, a luta direta.
Em termos de condução pura, o Megane V6 é o meu preferido.
A tua pista favorita?
DT: Vila Real, sem duvida.
É uma pista muito exigente, onde não há espaço para erros, mas que transmite sensações inigualáveis. Descer Mateus é espetacular.

Como descreves o correr nas ruas da nossa cidade, no Circuito Internacional de Vila Real?
DT: Correr nas ruas de Vila Real é único, para os campeonatos de Velocidade é a prova do ano! Toda a moldura humana que ladeia o circuito, com a sua paixão pelas corridas, toda a azafama na própria cidade durante os dias da prova, fazem deste um evento ímpar no panorama nacional.
Em termos pessoais, o facto de ter sempre muita gente conhecida a assistir à prova trazem uma sensação especial, ao que se junta o próprio traçado, que como já referi é o meu preferido, em termos nacionais.
Obrigado Daniel, por teres aceitado o convite para esta entrevista ao Desportivo Transmontano. Desejamos a melhor das sortes para a tua vida pessoal, profissional e desportiva.
Fotos by : K1n5E Photos (João Necho)
